Qualquer lista das melhores canções de pop dos anos 90 tem obrigatoriamente que incluir «There She Goes», uma mistura sublime de guitarras melodiosas, vozes em falsete, um refrão tão contagiante que permanece na memória durante dias a fio. Mesmo aqueles que nunca antes ouviram falar dos The La’s a reconhece dos anúncios e filmes. A duvida reside em determinar se esta é uma canção de amor dedicada a uma rapariga ou uma ode à heroína («Racing through my brain… Pulsing through my vain») – um facto que deve ter escapado à atenção dos executivos da Disney que a utilizaram na nova versão de The Parent Trap, estreada em 1998.
Mas «There She Goes» não é o único tesouro enterrado em The La’s, um álbum repleto de canções contagiantes e baladas pop de dois ou três minutos de duração. «Son Of A Gun» é outro dos momentos mais destacados, com um ritmo que relembra o som dos cascos de um cavalo e uma linha de baixo oscilante. «Timeless Melody» apresenta um ritmo inconstante e um solo de guitarra difusa, ao passo que «Feelin'» é um tema vigoroso e que lembra géneros musicais de outros tempos. Com inúmeras criticas elogiosas e um número de vendas estrondoso, porque teriam os The La’s lançado apenas um álbum e depois desaparecido? Segundo muitos dos que os conheciam, o cantor principal e compositor Lee Mavers era um indivíduo perfeccionista e mal-humorado, e talvez ligeiramente inconstante. A banda demorou quatro anos a produzir The La’s e o trabalho passou pelas mãos de, pelo menos, outros tantos produtores antes do selo discográfico insistir em publicar a versão de Steve Lillywhite. Pouco tempo depois, quando a NME pediu a Lee Mavers que descrevesse o álbum, este respondeu: «Odeio-o, é terrível. Um monte de merda. Não há nada de bom que possa dizer sobre ele.» Definitivamente, essa é uma opinião minoritária, Lee.
(1001 discos para ouvir antes de morrer)
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