Foi lançada no dia 29 de Janeiro a edição especial de Odelay, um cd fantástico que inclui o álbum original e mais 19 b-sides, remisturas e músicas nunca lançadas.
Em Odelay, o seu segundo álbum com uma editora de renome, Beck Hansen tinha algo a provar. Com o single «Loser» (1994) tinha alcançado um êxito fenomenal. A canção foi considerada o “hino dos resignados” e o seu referão («I’m a looser baby, so why don’t you kill me») converteu-se num slogan mundial.
Mas o jovem de Los Angeles não era nenhum viciado em drogas: «Loser» era um tema tão irónico quanto a sua outra canção indi «MTV Makes Me Want To Smoke Crack». De facto, era um criador rebelde que bebia tanto do género folk como do hip hop, um adepto do moonwalk e das poses e trejeitos de cantor rock. Era alguém que conhecia bem as técnicas de gravação mais intimistas e lo-fi, mas que também dominava as técnicas de produção resultantes dos últimos avanços tecnológicos.
Com o álbum Odelay conseguiu o feito mágico de aglutinar todas essas ideias tão diferentes num só disco. Beck conseguiu trabalhar com os The Dust Brothers, os produtores responsáveis pelo álbum Paul’s Boutique dos Beastie Boys. Foi uma aliança especialmente inspirada: só com a primeira canção, «Devils Haircut», podia gabar-se de ter um sample de James Brown, riffs atómicos, ritmos ultra-ligeiros e uma miscelânea iridescente de truques e artimanhas musicais. «The New Pollution» começa como um tema pouco excitante e fácil de ouvir, mas rapidamente encontra os ritmos de «Taxman» dos Beatles. «Where It’s At» é uma balada country, constituída sobre uma versão dos Them da canção de Bob Dylan «It’s All Over Now, Baby Blue».
Assustadoramente eclético, Odelay é o som de um jovem inconformista que se diverte e que possui uma força de vontade irredutível. Vendeu dois milhões de cópias e ganhou dois Grammys. Tínhamos acabado de presenciar a chegada de um novo tipo de génio.
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