Já ouviu falar na figura no artista injustiçado? Damien Jurado personifica-a como nenhum outro cantor contemporâneo. Porém, se existe algo que o trovador de Seattle procura, certamente não é reconhecimento. Numa época onde as bandas entram no estúdio já com a corda no pescoço, tendo de cumprir prazos e engolir músicos e produtores impostos pelas editoras, é incrível o que Jurado fez neste seu nono álbum. Foi preciso um ano para Caught in the Trees ver a luz do dia: Damien começou as gravações nos dias quentes do verão estadunidense e só foi apertar o último "stop" em pleno inverno. O resultado é um disco totalmente "quatro estações" que vai do calor ao gelo completo (no bom sentido) em pouco menos de 60 minutos. Contador de histórias nato, Jurado sabe como transitar por vários tipos de composição e abre o álbum com a agitada "Gillian Was a Horse", lembrando o Wilco de Being There. Lá pelo meio do disco, ele volta a beber na fonte de Neil Young e Nick Drake para dar vida a algumas das mais acolhedoras canções do ano, como "Coats of Ice", "Go First", "Predictive Living" e a melhor de todas, "Sheets". Não foi desta forma, sem pressa e com talento, garra e as melhores referências, que muitos clássicos chegaram até nós?
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