«O nosso êxito deveu-se ao ecstasy. Começamos a fazer sentido para toda a gente.»
Bez, 2001
Este álbum (uma referência ao estilo de vida dos Mondays – discotecas e drogas) entrou para nº 1 das tabelas de vendas do Reino Unido envolto numa capa ilustrada com um grafismo psicadélico, uma colagem de invólucros de doces. Paul Oakenfold e o colaborador Steve Osbourne tinham conseguido bastante êxito com um cover de um tema de John Kongos, «He’s Gonna Step You Again», gravado pelos Mondays. Renomeado «Step On», a linha de baixo dominante e o ritmo vacilante proporcionaram aos Mondays o seu maior êxito. Ao funk implacável e industrial funde-se com ritmos de dance mais subtis. O génio peculiar e deturpador de Shaun Ryder responsável por algumas letras atinge novos patamares e uma qualidade única ao interpretar os conceitos da vida moderna, empregos rascas, drogas, sexo, violência e qualidade de vida quase inexistente. «Kinky Afro», uma conversa entre um pai fugitivo carregado de auto comiseração e o seu filho desdenhoso, foi considerado por TonyWilson, um dos responsáveis pela Factory, «a melhor reflexão sobre a paternidade desde Prayer For My Daughter de WB Yeats.» O hook do tema foi extraído de «Lady Marmelade» de LaBelle. As influências de música latina, jazz e hip-hop modelam alguns dos temas mais notáveis do álbum como «Donovan» - um tributo ao cantor folk dos anos 60 – e a sórdida «Bob’s Your Uncle». «Loose Fit» mistura texturas obscuras com referências ligeiramente veladas às calças boca-de-sino que o grupo tinha trazido de novo à moda, enquanto «God’s Cop» satiriza James Anderton, chefe da polícia de Manchester, que afirmava ter uma linha directa para falar com Deus. Nunca voltariam a atingir alturas tão astronómicas, mas os Happy Mondays contribuíram para que a música rock entrasse aos gritos e pontapés na era do ecstasy.
(1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer)
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