sexta-feira, janeiro 26, 2007

Silent Alarm apresentou os londrinos Bloc Party ao Mundo. Uma entrada tímida transformou-se rapidamente num êxito retumbante. Pode defender-se que grande parte desse sucesso se deveu ao facto de o single «Banquet» ter andado de boca em boca, mas a verdade é que a banda liderada por Kele Okereke foi ganhando consistência e conta com seguidores fiéis. Dois anos após a estreia nos longa duração, a banda regressa com um A Weekend in the City algo inesperado, sem singles que se destaquem nem apelos óbvios às tabelas de vendas. O segundo álbum dos Bloc Party é sólido, perfeccionista e concentra em si toda a energia contida que o colectivo permite explodir em palco. É um registo bem mais excitante que Silent Alarm, na medida em que explora melhor as capacidades vocais de Okereke e, ao mesmo tempo, revela uma banda consciente da sua aptidão para retirar dos instrumentos aquilo que lhe dá uma identidade muito própria. Da fantástica canção de abertura «Song for Clay (Disappear Here)» até « SRXT», A Weekend in the City descreve uma viagem por ambientes urbanos, criando deles retratos tão decadentes quanto acelerados. A intensidade rítmica e as guitarras em espiral de «Hunting For Witches» e «Where is Home?» (dois dos momentos mais inspirados do álbum) contrastam com as ambiências soturnas e progressivas de «Uniform» e «On». Entre a delicadeza inicial de «Waiting for the 7.18» e a força de «The Prayer», o single de apresentação, e a sensibilidade lírica de «Kreuzberg» encontram-se razões mais que suficientes para acreditar que os Bloc Party descobriram o seu foco e não ficaram perdidos pelo caminho. No sempre difícil teste do segundo álbum, a banda passa com distinção. A Weekend in the City é provavelmente um dos primeiros discos fortes de 2007.
(Blitz)
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